Nasci, de um jarro de rosas, com pétalas perdidas de um solo expectante …
Nasci dos raios do sol, do sabor do mar, e do cantarolar de todas as aves…
Nasci do silêncio de uma serra acastanhada, do parapeito desgastado de uma brisa suave… Nasci de uma noite, uma noite inquietante, em que tribulares observados fizeram uma equação desordenada, de múltiplas cores, de múltiplos feitios.
Foram só pensamentos desordenados, que nasceram do vermelho do batom, que nasceram dos toques ínfimos, das pálpebras cerradas, quando em sonho tentei que subisses ao meu palco.
Mas não subis-te, não subirás no entanto, e ficarei eu, nua de pensamentos com o vestido vermelho pálido, à espera que subas, ou que apenas te aproximes de mim.
Esperarei num recuo, num recuo vasto, onde outros actores pretendem entrar, recuarei talvez até em vão, para preservar a tua peça, mas quem me garante que começa a horas, ou que sequer começará?