Já não me correm tinta nas veias.
Olho os livros e tudo o que quero é que esta sensação de bege escuro me fuja do pensamento. Não sei onde estou, não sei onde piso. Sinto um ridículo vazio, a estudar sucessões limitadas, e infinitésimos, tudo o que quero é descansar no sétimo céu, ver o paraíso perto do horizonte.
Entro na escola, o mesmo cheiro, o mesmo som. . . Chão sujo, paredes pintadas, canteiros estragados, pela chuva, pelo mau tratamento. Nem uma só flor bonita, nem uma só flor vistosa.
Ouve-se o sussurrar do próximo, o cheiro a medo, de um tabaco infernal, os comentàrios de riso, sem maldade, só por exibição. A formação precária, daquilo que se não quer ser, por influência de quem foi também influenciado, e assim sucessivamente, num circulo vicioso que chega a meter dó.
Onde está a saudade que levava no primeiro dia de férias?
Volto á escola, num horário sem sentido, e tudo o que quero é partir numa longa viagem, onde o sol nasce do mar, e o ponteiro do relógio pára de respeito.
Numa longa viagem. . . sem terreno para voltar.