Toda a minha vida foi um comboio de uma viagem longínqua sem destino… Se quiserem saber se o meu comboio já alguma vez parou em alguma estação, a resposta é “Não, nunca tive necessidade de parar a minha vida, em nenhuma circunstância em particular…”
Sei que algum dia vou parar e perder um passageiro, mas tenho a certeza que nessa paragem hão-de entrar muitos mais dos que os que saem… Muitas pessoas entram, muitas saem nesta viagem colectiva da nossa vida.
Lado a lado, viajamos com pessoas que nunca vimos, nem nunca chegamos a conhecer, e por vezes passam tantas vezes pela nossa vida do outro lado da rua que tenho pena de não conseguir conhece-las a todas, sinto que com isso perco muito.
Depois há aquelas ricas pessoas irritantes que nos atendem atrás de um balcão público e que nos acham uma bela ninharia de cliente só porque pedimos uma informação… Essas não as queria conhecer nem por um Euro por cada letra que trocasse com elas: Simplesmente irritante.
Depois há aquelas pessoas fantásticas que conheces por acaso, e que ao longo do tempo vais começando a conhecer pelos traços e pelos sorrisos…Pelas palavras e pelos grandes saberes que te transmitem… é dessas que vais ter saudades quando o teu comboio parar… elas ficaram perdidas numa estação para sempre, e é a partir daí que vais recorrer à tua memória, atiçar os cinco sentidos e sentir o seu cheiro com o som do vento.
“Oh God save me from the hell”