Ás vezes sinto uma necessidade extrema de desaparecer.
Se dou um passo á esquerda sou exterminada, á direita sou exterminada, só quero sair destes momentos de pressão viva e consciente de que a vida não tem que ser assim.
São estes dias que dão cabo de mim, moem-me o peito e sinto-me um peixe fora de água, uma louca sem limites.
Delimito o meu espaço com a mente, mas tudo me parece flutuar numa cor pálida, sem qualquer razão de ser.
Faço um esforço e concentro-me: O vento frio faz-me perceber que ainda estou viva, que ainda me sinto, o resto são acréscimos. Os sentimentos maus não são meus, por isso vou devolve-los ao mundo num suspiro por terra, que vai dissipar as energias negativas.
Todas estes comboios perdidos que me passam ao lado, não fazem parte da minha viagem de vida, não me são nada para além de tormentos de barulho.
Respira fundo, e volta a inspirar: Afinal, a paciência é uma virtude.