Sinto o paradoxo a tomar conta de mim, o espaço vazio torna-se escuro e tudo o resto me parece distante.
As palmas das mãos suadas fazem-me levitar num turbilhão de quentes calafrios, remexi na caixinha. Não encontrei nada.
O escuro obsessivo da esquina do eterno tornou-se num sujo molhado, num apertado buraco de nada, e nem os pés se moveram de medo quando me atacou o encosto desamparado da droga que me possuí todos os sentimentos, atacou-me todo o espaço vazio delinquente que me protege a visão.
E se não fosse o vento a reavivar-me a vida, os sentidos, as palavras e os lábios, morreria seca, num beco escuro.
No desespero de fraqueza, que ninguém tem necessidade de entender.